A Guerra de Canudos, ocorrida no sertão da Bahia entre 1896 e 1897, representa um marco na história do Brasil, expondo tensões sociais, políticas e religiosas da recém-proclamada República. O arraial de Canudos, liderado por Antônio Conselheiro, desafiou o poder republicano, desencadeando uma violenta repressão militar. A questão central deste artigo é analisar a frequência com que Belo Monte, o centro nevrálgico do movimento, belo monte foi atacado quantas vezes na guerra de canudos, se tornou alvo das forças governamentais, contextualizando cada ofensiva dentro do quadro geral do conflito.
LIVRO: BELO MONTE - UMA HISTÓRIA DA GUERRA DE CANUDOS - JOSÉ RIVAIR
A Primeira Expedição e a Subestimação Republicana
A primeira expedição militar contra Canudos, em novembro de 1896, consistiu em uma força policial enviada para prender Antônio Conselheiro sob a acusação de desordem e perturbação da ordem pública. Essa investida, considerada de caráter punitivo e demonstrativa de poder, foi rapidamente repelida pelos sertanejos. A subestimação da capacidade de resistência dos habitantes de Belo Monte e a falta de preparo das tropas resultaram em uma humilhante derrota para a República, sinalizando a escalada do conflito.
A Segunda Expedição e o Aumento da Violência
Diante do fracasso inicial, uma segunda expedição militar foi organizada, desta vez com um contingente maior e melhor equipado. Essa ofensiva, ocorrida em janeiro de 1897, também foi rechaçada pelos conselheiristas, demonstrando a coesão e a determinação da comunidade de Canudos em defender seu modo de vida e suas crenças. A violência escalou, com ambas as partes sofrendo pesadas baixas. A recusa dos sertanejos em se render e a propaganda conselheirista galvanizaram o apoio popular, expandindo o arraial e desafiando ainda mais o governo republicano.
A Terceira Expedição e o Cerco Gradual
A terceira expedição, em março de 1897, marcou uma mudança de estratégia por parte do Exército. Em vez de um ataque frontal, buscou-se um cerco gradual a Belo Monte, visando isolar o arraial e enfraquecer sua resistência. Apesar de impor maiores dificuldades aos conselheiristas, a expedição ainda enfrentou forte resistência, com emboscadas e ataques noturnos que prolongaram o cerco por meses. A propaganda republicana, intensificada nesse período, procurava demonizar Antônio Conselheiro e seus seguidores, justificando a necessidade da intervenção militar.
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A Quarta Expedição e a Destruição de Belo Monte
A quarta e derradeira expedição, liderada pelo General Artur Oscar, representou o clímax da violência. Utilizando um contingente massivo de tropas e armamento pesado, o Exército promoveu um cerco implacável a Belo Monte, bombardeando o arraial e combatendo os conselheiristas casa a casa. A resistência foi heroica, mas a superioridade militar do Exército era inegável. Em outubro de 1897, após meses de intensos combates, Belo Monte foi completamente destruído, com a morte de Antônio Conselheiro e a dizimação da população. Pode-se afirmar, portanto, que belo monte foi atacado quantas vezes na guerra de canudos, efetivamente quatro vezes em grande escala, sendo as três primeiras com investidas diretas e a última consolidando um cerco prolongado seguido da destruição total.
Belo Monte foi completamente destruído durante a Quarta Expedição Militar, que culminou com o cerco implacável e a dizimação da população em outubro de 1897.
A principal estratégia utilizada na Terceira Expedição foi o cerco gradual, visando isolar Belo Monte e enfraquecer a resistência dos conselheiristas, ao invés de um ataque frontal.
A Primeira Expedição Militar resultou em uma derrota humilhante para a República, demonstrando a subestimação da capacidade de resistência dos sertanejos.
A propaganda desempenhou um papel fundamental no conflito, tanto por parte dos conselheiristas, que galvanizaram o apoio popular, quanto por parte da República, que procurou demonizar Antônio Conselheiro e seus seguidores para justificar a intervenção militar.
A Quarta Expedição Militar foi liderada pelo General Artur Oscar.
A Guerra de Canudos expôs as fragilidades da recém-proclamada República, revelando tensões sociais e políticas profundas. A violência da repressão militar gerou debates e críticas, impactando a imagem do governo republicano tanto no Brasil quanto no exterior.
Em suma, a Guerra de Canudos e os múltiplos ataques a Belo Monte revelam um confronto complexo e multifacetado, marcado pela resistência de uma comunidade sertaneja e pela violência da repressão republicana. A análise da frequência e das características de cada ofensiva militar permite compreender a escalada do conflito, as estratégias utilizadas por ambos os lados e as profundas consequências para a história do Brasil. Estudos futuros podem aprofundar a análise das fontes primárias, investigando as motivações dos combatentes e o impacto da guerra nas populações do sertão baiano.